Que a pandemia causada pelo novo coronavírus provocou um impacto sem precedentes na vida das pessoas e em diversos setores da sociedade, todos já sabemos. No mundo das lutas, academias de artes marciais precisaram ser fechadas para evitar a disseminação do vírus e inúmeros eventos foram cancelados e/ou adiados, sem previsão de retorno.
Entretanto, apesar das dificuldades envolvendo a crise sanitária, alguns movimentos visando o retorno das atividades começam a ser vistos. Na Alemanha, o campeonato nacional de Futebol retornou; no MMA, o UFC largou na frente sendo a primeira grande liga esportiva a realizar eventos durante a pandemia. Em relação às academias, algumas começaram a reabrir no Brasil e mundo afora, seguindo as medidas de segurança.
Para entender melhor este momento, a TATAME colheu depoimentos de diversos lutadores e treinadores, que compartilharam seus relatos sobre os treinos, academias fechadas e a rotina em meio à pandemia.
“Não tenho condições de ficar em quarentena. Claro que tomo as medidas de higiene recomendadas, mas graças a Deus eu trabalho em uma empresa de grande porte, onde sou segurança, e eles não pararam as atividades. Trabalho todos os dias e à noite marcamos com os amigos que tem lutas marcadas para treinar somente entre a gente, com a academia fechada, e assim continuo o camp, já que, até então, a minha luta seguiu, embora ainda não tenha uma data definida”, disse Acácio Pequeno, lutador meio-pesado do SFT.
“Eu tive muita luta cancelada na minha equipe. Alguns bons eventos nacionais que iam passar na TV, atletas que iam receber pela luta e o patrocínio por passar na televisão. Está sendo uma catástrofe tudo isso. Os atletas reagiram com muita decepção, mas temos que tentar entender. Na verdade, nós temos um coaching lá na academia, alguns outros atletas têm coaching por fora. Os atletas mais experientes e eu tentamos ajudar os mais novos com conselhos e orientações. É realmente uma situação atípica. É até difícil aconselhar, porque não sabemos o que vai acontecer. Estamos esperando como todo mundo (o fim da pandemia). Todos têm que mexer com suas economias, desprogramar algumas coisas e ir se apertando. A ideia é todos ficarem dentro de casa, mas quem precisa ir trabalhar, não pode ser julgado por isso também. O impacto vai ser gigantesco pra mim, para os meus atletas, o esporte em si, como um todo. Tinha uma programação de fazer uns investimentos aqui, mas paralisei tudo”, relatou Gilliard Paraná, líder da PRVT Girls.
FONTE: TATAME